Arquejo Dentro do Peito (Charlan Fialho)

Na varanda, o tédio me exaspera.
E o que sinto, tange-me dentro de mim.
Pois, o coração é tangido 
Pelo fulgor obsoleto do amor.
Que trama luxúrias indolentes contra mim.

Não sei se quero
O ímpeto dos seus amplexos,
Ou se esmero-me no içar de seus lábios
Que me atassalham.
Fico imergido em seus roçados.

Mas, nesse arquejar,
O bosquejo da afeição
Faz-me contrair afagos imexíveis,
Convergindo-me aos teus apelos
Que me amarra; impõe-se imponente...

Seus dotes intatos me enlouquecem.
Assim, nesse horizonte impingido
Sonho com o amor impassível,
Que me faça abdicar
Dos desgostos que a vida evocar.

Poesia de @poetaAlagoano.