Uma Poesia Densa (Charlan Fialho)

Há um mar de escuridão,
Que um dia todos irão banhar-se...
Um abismo atemporal a todos receberá,
Uma borracha de lástima que apagará cada instante,
Sem deixar sequer um rascunho de saudades.

Há um conto que não é de fadas,
Mas, sua ficção abraçará os corações,
Seus clamores se esconderão,
E as brasas queimarão a sorte,
E o destino não mais existirá...

Há uma fornalha ardente que queimará todos os desejos,
E as fantasias serão desenhos sem cores,
Onde os sonhos serão poemas solitários,
Dispersos, jogados ao vento...

Há uma poesia densa, doentia,
Onde será desfeito cada verso da vida,
Num tempo que não avisará sua despedida.

Há um grito de silêncio,
Sem sorrisos nas nuvens do arco-íris,
Onde o fim será a canção enternecedora,
Onde a areia assumirá o protagonismo,
Será o último suspiro, o último lamento.
Vive a morte!

Poesia de @poetaAlagoano.