Eu tenho fome de poesia.
Fome do que o homem não come.
Fome de refletir sobre a vida.
De cantar sem qualquer melodia.
Fome de me expressar até sobre a fome.
Uma vontade ferrenha de pensar que não se cala.
Uma fome de sentimentos perdidos em pronomes.
Fome de palavras sem nomes, de gestos enormes.
Eu tenho fome de poesia, acredite!
Fome até sem sentir fome.
Fome do imcompreendido, do subscrito.
Fome de saber sobre mim.
De corrigir os comportamentos arrependidos.
Fome do que, na figura dos outros, me consome.
Eu tenho fome de poesia.
Fome, codinome sem-nome.
