Dois Papagaios (Roberto Camilotti)

Batendo as asas, abrindo os bicos,
avistei, em certa copa, dois papagaios.
No que me viram, olharam esquisito,
levantaram asas e depois voaram.

[Voaram para a copa de uma segunda árvore. Esta, mais alta e mais frondosa.]

Então, fui atrás de atrevido.
Os dois papagaios me ignoraram.
Verde Claro, Verde Figo:
assim eu, Gato, os nomeei.

[Não me dei por vencido. Com minhas garras, pus-me a escalar a árvore, mas os papagaios voaram novamente.]

Batendo as asas, abrindo os bicos,
avistei, no telhado, os papagaios.
No que me viram, logo sorriram,
levantaram asas e para o alto de um poste voaram.

[“Está com fome, Gato? Venha nos pegar!” - um deles me provocou.]
[“Aqueles dois estão de brincadeira comigo!” - gato que sou, começo tudo outra vez.]

Poesia tirada do Blog Roberto Camilottti.