A Saudade, fina névoa.
Contagiosa pelo sangue.
Onde crescem os sentimentos.
A que envenena os futuros.
Por todo o sempre, o antes!
Fina névoa aos companheiros.
Põe amigos a toda prova.
Complicadas desse jeito.
A Saudade, pequeno mau atroz!
Cicatriza mas não tem cura.
Nunca serve a quem a sente.
Saudade, essa, dos que padecem.
Veneno doce, o medo de frente!
Da mais simples à opulência.
Sentimento triste, adentra moradas.
Faz-se mais rude nos soldados.
Batalha insana, o pior das guerras?
É farda de nuvem! Fígado. Barrigada.
Um sussurro fino, moribundo.
Saudade, aquilo que se inventa.
Sejam amigos, sejam amantes.
De gestos nobres e elegantes.
Delírio humano, humanidade atenta?
Dos sentidos e sentimentos.
O saudosista é costumeiro.
Cresce, cresce e incomoda.
Iguala vítimas ao prisioneiro!
Castidade nua, s de sal.
Invenção ingênua do Tempo.
Saudade: fé com Carnaval?
Saudade com s de sentimento.
Nos meninos, paixão no homem.
Nas meninas, mulher intensa.
Todos os nomes da Saudade
dá-se o amor em recompensa.
Mais que uma falta por outros nomes.
Pouco em pouco, tecendo teias.
De gente fina e de gente pobre.
De fato lógico e de fato nobre.
Dos bem-nascidos e dos sem cobre.