Eis por que eis aos poetas da vez!
Conheceu-se, ele, um Shakespeare e seu melhor português.
Orador às olivas anunciando vida às cortiças:
Eis o melhor português!
Conhecido nas Califórnias, na real e nas imaginárias:
desbravador da Bahia, do Belgrado e do Monterey!
Shakespeare, um misterioso que se achava burguês.
O grego e o romano: eis por que eis!
Dizia-se, ele, poeta de dentro da alma, o que falava ao futuro, um patrício e um cigano.
Conheceu-se, ele, de um sangue perdido, renegado, mas não menos bretão.
Eis por que eis, aos poetas da vez!
Conheceu-se, ele, profeta letrado, sábio dos sábios, andarilho montanhês!
Farfalhava-se, ele, dos fundamentos do uso da língua.
Shakespeare, eis por que eis o Lusitano, o de sempre e o da vez!
Dramaturgo esquecido: o da Família Cortêz, o que nunca se fez!
Do romance à comédia: um louco que só versava ser rei por ser insano.
Eis por que eis:
O de nome Octávio Shakespeare de Guimarães e Cortêz!
Não conhecia-se sem glórias. O poeta dos Açores prussianos: o pai de todos nós!
Shakespeare das folhas, primo escriba Russo, a semente moderna do ser europeu.
Eis por que eis um velho ainda que jovem: o próprio futuro!
Shakespeare das folhas, um yankee pretérito, o da Família Cortêz!
Eis porque eis:
Um homem bom!
Poeta!
Português!